Vai fazer obras em sua casa? Não se deixe enganar e siga os nossos conselhos. By Elsa Garcia
"Ondina Pires decidiu fazer algumas alterações decorativas em sua casa, em Algés, e adquiriu dois móveis num antiquário. Sabendo de antemão que os móveis antigos são susceptíveis de ter caruncho decidiu chamar um técnico para inspeccioná-los. Este, após os ter analisado informou-a de que realmente precisavam de ser submetidos a uma desinfestação para evitar a propagação do bicho da madeira a outras partes da casa.
O tratamento foi efectuado rapidamente e Ondina pagou 500€. Passada uma semana, cruzou-se com o responsável pelo antiquário que lhe vendeu os móveis e contou-lhe o sucedido. Este ficou estupefacto com a situação e revelou-lhe que todos os móveis existentes no antiquário tinham sido alvo de desinfestação há um mês atrás.
Na verdade há muitas pessoas, que são vítimas de burlas. Cada vez que é necessário fazer alguma obra em casa aparece um charlatão pronto a disparar preços exorbitantes, quando muitas das vezes o problema pode ser resolvido com uma pequena reparação. Aqui fica uma lista das cinco maiores burlas, e o que pode fazer para se proteger."
1. Telhado Permeável
A Burla. A água está a atravessar o seu telhado. Estará mesmo? Um charlatão poderá dizer-lhe que a água está a infiltrar-se nas telhas, que vai ter necessidade de tirar as camadas antigas e construir um novo telhado, uma obra que lhe pode ficar por cerca de 5000 euros.
A realidade. Na maior parte das vezes, as infiltrações no telhado acontecem devido ao envelhecimento dos materiais e à sua falta de manutenção e o simples facto de proceder à sua conservação pode evitar uma série de problemas e custos elevados. Basta limpar as caleiras, retirar todos os lixos e as acumulações de ervas. Convém também afastar os ninhos feitos pelas aves porque estes entopem os algerozes nos beirados e junto das chaminés.
“O desentupimento de um algeroz custa entre 75 e 100 euros, mas se não fizer esse trabalho, ele apodrece (se for metálico) e então será necessário substitui-lo na sua totalidade, o que envolve muito dinheiro. Isto porque ao levantar uma parte do telhado há o risco de se partirem algumas telhas. Se a casa for muito antiga e não existirem telhas iguais podem fazer-se adaptações, mas se isso também não for possível será necessário substituir todas as telhas, o que, dependendo do tamanho do telhado, pode custar mais de 1000 euros” revela Manuel Verde, agente técnico de arquitectura e engenharia.
Por isso esteja atento e faça uma manutenção anual do material, porque uma telha pode durar 50 anos e a sua substituição só é necessária quando esta apresenta muitas fissuras.
2. Inundações na Cave
A burla. Se a sua cave apresenta permanentes infiltrações podem facilmente dizer-lhe que terá que a reconstruir totalmente, uma obra que lhe poderá custar uma avultada quantia.
A realidade. As infiltrações são, de facto, o grande problema das caves, e nesses casos será sempre útil analisar a água que aparece porque o problema pode ser causado por infiltrações de águas residuais de esgotos provenientes do exterior, e não se prender com o edifício em si.
Para evitar as infiltrações é necessário colocar caleiras nos beirados e encaminhar as águas para a rede de esgotos pluviais ou para a linha de água (valetas). É muito importante que o terreno apresente uma inclinação no sentido contrário à construção para evitar qualquer proximidade da água. “Se o problema não for muito grave é possível fazer uma simples impermeabilização, o que lhe poderá custar cerca de 300€. Contudo se a pressão de água no exterior for grande, o produto para impermeabilizar deixa de ser eficiente e acaba por formar bolhas à superfície da parede”, revela Manuel Verde.
Quando se constrói uma cave é essencial uma boa drenagem exterior, envolvente às paredes onde encostam terras. Todas as águas do terreno têm que entrar nessa drenagem para não se infiltrarem no edifício. “Se a cave estiver mal feita só existe uma solução: escavar em volta da casa, fazer a drenagem e elaborar um novo isolamento das paredes exteriores o que lhe pode custar cerca de 15000 euros”, constata Manuel Verde.
3. O Ataque do Caruncho
A Burla. Pode ser facilmente enganado ao tentar eliminar o caruncho da sua casa. Um técnico sem formação poderá recomendar-lhe um tratamento inadequado, com um valor elevado e sem qualquer garantia que o caruncho desapareça. O mais importante é averiguar os conhecimentos do técnico de desinfestação, sendo por isso aconselhável obter informações prévias sobre o mesmo.
A Realidade. Os insectos xilófagos, vulgarmente conhecidos por “caruncho”, pertencem à ordem Coleóptera. Dentro desta ordem existem diversos grupos e dentro destes, inúmeras espécies. Em Portugal são três os grupos que encontramos com maior frequência: os Líctidus, os Anóbidos e os Cerambícidos, sendo a degradação causada por este último a mais rápida e grave.
“O barulho emitido pelas larvas quando estão a roer a madeira pode facilitar o reconhecimento do ataque destes insectos e a sua localização no interior da madeira. Os xilófagos sobrevivem e multiplicam-se com muita facilidade, bastando que encontrem os nutrientes de que necessitam e as condições de temperatura e humidade favoráveis ao seu desenvolvimento. É por isso que a maior parte das pessoas só se apercebe da existência desta praga quando visualiza o material resultante da saída dos insectos adultos, o serrim”, revela José Nunes, director de uma empresa de desinfestação e fumigação.
O caruncho provoca uma perda da resistência mecânica dos materiais lenhosos e nos elementos decorativos pode levar à degradação parcial ou à perda total da peça. Caso se trate de elementos estruturais, frequentemente localizados em zonas de difícil acesso, a actividade prolongada destes insectos pode provocar o colapso da estrutura. Esta situação ocorre com frequência nos elementos de sustentação de coberturas e pavimentos de casas antigas, obrigando, por vezes, à sua total substituição.
“Actualmente, o combate a estas pragas, em peças móveis, é feito por tratamento em câmara de frio ou por anóxia. No primeiro caso coloca-se a peça na câmara por um período de 48 horas. Este tratamento pode custar aproximadamente 150€/m3. No tratamento por anóxia, os móveis são colocados em bolsas plásticas, das quais se retira o oxigénio e se introduz um gás como dióxido de carbono ou nitrogénio, e pode custar entre 500€ a 800€/m3, dependendo de certas condicionantes”, constata José Nunes.
No que respeita ao tratamento de elementos estruturais de grande secção, recorre-se à utilização de válvulas, através das quais se injecta um produto desinfestante sob pressão. Os produtos mais recentes, em forma de gel, são menos nefastos para o utilizador e para o ambiente, apresentando também uma maior capacidade de penetração no material lenhoso, em oposição aos tradicionais produtos líquidos.
A degradação em documentos gráficos pode ser provocada por certas espécies de caruncho, que se alimentam de algumas substâncias existentes nos livros. Por isso esteja atento à presença destes insectos em sua casa, especialmente na Primavera.
O diagnóstico do estado sanitário quanto ao ataque de insecto xilófago de ciclo larvar pode ser realizado com recurso a armadilhas de luz e feromonas, sempre monitorizado por um técnico especializado. Pode recorrer-se ainda a aparelhos de detecção acústica.
4. A Fraude dos Limpa-chaminés
A Burla. Quando mandar limpar a sua chaminé esteja atento à empresa que vai contratar. Isto porque o escovilhão de limpeza deve percorrer toda a estrutura da chaminé, desde a base até ao tampo, no topo do edifício. No entanto muitos limpa- chaminés utilizam canas de dois metros para chaminés de 14. O que acontece é que só limpam a entrada, ficando o resto por limpar.
A Realidade. Na verdade existem problemas graves, que são causados por esta falta de limpeza. O creosoto, por exemplo é uma substância que se fixa às paredes das lareiras, altamente inflamável, podendo provocar incêndios graves, facilmente propagáveis ao resto da casa. Outro problema grave são as intoxicações devido à inalação de fumos, no caso das lareiras ou devido ao monóxido de carbono libertado pelo esquentador/caldeira no caso das chaminés de cozinha.
“Uma chaminé bloqueada provoca um retorno do monóxido de carbono libertado pelos gases do esquentador/caldeira, que normalmente não têm cheiro mas são letais”, revela Pedro Rebelo – técnico de limpeza de chaminés. “Recomendo por isso uma limpeza anual das mesmas para evitar possíveis incêndios, intoxicações e grandes reparações.” O preço deste trabalho para uma chaminé doméstica varia entre 60 a 80 euros e para uma chaminé de caldeira a gasóleo ronda os 120 euros. Actualmente a inspecção das chaminés já é feita com recurso a câmaras de vídeo. São os chamados sistemas cctv. Tente observar o técnico enquanto ele faz a inspecção, visualize o respectivo vídeo e peça uma explicação técnica do mesmo. “Evite as empresas que na sua publicidade, não indicam um número de telefone fixo ou o nome da firma porque são empresas de ocasião, que não assumem responsabilidades e que por vezes empregam pessoas sem o menor conhecimento sobre chaminés”, constata Pedro Rebelo.
5. Desastre do Bolor
A Burla. O mercado está inflaccionado de empresas que pretendem resolver problemas, como o bolor; todavia, são poucas as que olham para todas as vertentes da poluição interior, isto é a poluição química, física e a biológica. É nesta última, a poluição biológica, que podem ser identificados e reconhecidos os fungos.
A Realidade. O bolor é o nome dado a fungos filamentosos, também chamados mofos, que em Portugal contaminam cerca de 23 a 35 % das casas. Os fungos são um constituinte do pó da casa, fontes de aeroalérgenos, que podem causar doenças alérgicas como rinite, asma, dermatite, aspergilose broncopulmonar e alveolites extrínsecas.
Os bolores desenvolvem-se preferencialmente em locais húmidos, mal ventilados, quentes e sombrios, sendo regra geral os andares mais baixos dos edifícios e as casas de banho os locais de maior concentração. As patologias associadas aos bolores estão relacionadas com quatro mecanismos: irritativo, imuno-alérgico, infeccioso (micose) e tóxico (micotoxicose). Assim, e por caminhos diferentes, as possibilidades de contrair uma doença são enormes dependendo da capacidade de agressão do bolor e das capacidades de defesa da pessoa exposta.
“O mais importante é tentar evitar os bolores com medidas preventivas adaptadas a cada tipo de fungos. Todavia em caso de doença, deve fazer-se uma avaliação da qualidade do ar em todas as suas vertentes. O custo depende do número de fungos e das avaliações que forem feitas, mas os resultados justificam esse valor, porque identificado o problema e removida a fonte etiológica, o indivíduo fica curado e deixa de tomar medicamentos”, revela Pedro Lopes da Mota, imunoalergologista no Instituto Clínico de Alergologia.
«Deve-se começar por uma inspecção visual detalhada e completa, sem omitir os sistemas de ventilação (filtros), os painéis do tecto, os painéis de gesso (pladur), o cartão, o papel e outras matérias celulósicas. Num segundo momento, é indispensável identificar a origem dos fungos, porque se o problema não for rectificado, os bolores voltam a aparecer. É preciso consertar rapidamente a fuga de água e limpar de imediato a zona danificada. Na verdade, a rapidez de acção (reparação, limpeza, secagem) é primordial para prevenir ou limitar a proliferação dos bolores. Num terceiro momento, deve proceder-se à descontaminação dos locais, que varia consoante o nível de contaminação”, constata Pedro Lopes da Mata.
Contratar um Empreiteiro
Seja qual for a reparação que necessita fazer, procure o empreiteiro ideal.
+ Não fale apenas com amigos e vizinhos, mas também com fornecedores de materiais de construção, que estão habituados a separar o trigo do joio.
+ O ideal será contratar um empreiteiro reconhecido pelo Instituto do Mercado de Obras Públicas e Particulares e do Imobiliário (www.imoppi.pt).
+ Proponha-lhe a assinatura de um contrato, elaborado, por exemplo, pela Deco, para garantir uma relação equilibrada entre proprietário e empreiteiro.
+ Peça um orçamento discriminado das obras a executar, para o caso do projecto sofrer alterações que impliquem um eventual aumento de custos.
+ Visite um dos actuais projectos do empreiteiro para examinar a qualidade do seu trabalho.
+ O empreiteiro responsável pela obra não deve, por sua iniciativa e sem o seu consentimento, fazer alterações no projecto. Se o fizer pode exigir-lhe a remoção das alterações ou uma indemnização pelos danos sofridos.
+ Nunca pague antecipadamente o valor total da obra. As prestações devem ser efectuadas à medida que os trabalhos forem sendo realizados.
Os sites da Quercus (www.quercus.pt) e da Associação para a Defesa do Consumidor (www.deco.proteste.pt) têm algumas informações úteis. Se pretender algum esclarecimento pode também contactar a Deco através do telefone:21 841 08 58.
"Ondina Pires decidiu fazer algumas alterações decorativas em sua casa, em Algés, e adquiriu dois móveis num antiquário. Sabendo de antemão que os móveis antigos são susceptíveis de ter caruncho decidiu chamar um técnico para inspeccioná-los. Este, após os ter analisado informou-a de que realmente precisavam de ser submetidos a uma desinfestação para evitar a propagação do bicho da madeira a outras partes da casa.
O tratamento foi efectuado rapidamente e Ondina pagou 500€. Passada uma semana, cruzou-se com o responsável pelo antiquário que lhe vendeu os móveis e contou-lhe o sucedido. Este ficou estupefacto com a situação e revelou-lhe que todos os móveis existentes no antiquário tinham sido alvo de desinfestação há um mês atrás.
Na verdade há muitas pessoas, que são vítimas de burlas. Cada vez que é necessário fazer alguma obra em casa aparece um charlatão pronto a disparar preços exorbitantes, quando muitas das vezes o problema pode ser resolvido com uma pequena reparação. Aqui fica uma lista das cinco maiores burlas, e o que pode fazer para se proteger."
1. Telhado Permeável
A Burla. A água está a atravessar o seu telhado. Estará mesmo? Um charlatão poderá dizer-lhe que a água está a infiltrar-se nas telhas, que vai ter necessidade de tirar as camadas antigas e construir um novo telhado, uma obra que lhe pode ficar por cerca de 5000 euros.
A realidade. Na maior parte das vezes, as infiltrações no telhado acontecem devido ao envelhecimento dos materiais e à sua falta de manutenção e o simples facto de proceder à sua conservação pode evitar uma série de problemas e custos elevados. Basta limpar as caleiras, retirar todos os lixos e as acumulações de ervas. Convém também afastar os ninhos feitos pelas aves porque estes entopem os algerozes nos beirados e junto das chaminés.
“O desentupimento de um algeroz custa entre 75 e 100 euros, mas se não fizer esse trabalho, ele apodrece (se for metálico) e então será necessário substitui-lo na sua totalidade, o que envolve muito dinheiro. Isto porque ao levantar uma parte do telhado há o risco de se partirem algumas telhas. Se a casa for muito antiga e não existirem telhas iguais podem fazer-se adaptações, mas se isso também não for possível será necessário substituir todas as telhas, o que, dependendo do tamanho do telhado, pode custar mais de 1000 euros” revela Manuel Verde, agente técnico de arquitectura e engenharia.
Por isso esteja atento e faça uma manutenção anual do material, porque uma telha pode durar 50 anos e a sua substituição só é necessária quando esta apresenta muitas fissuras.
2. Inundações na Cave
A burla. Se a sua cave apresenta permanentes infiltrações podem facilmente dizer-lhe que terá que a reconstruir totalmente, uma obra que lhe poderá custar uma avultada quantia.
A realidade. As infiltrações são, de facto, o grande problema das caves, e nesses casos será sempre útil analisar a água que aparece porque o problema pode ser causado por infiltrações de águas residuais de esgotos provenientes do exterior, e não se prender com o edifício em si.
Para evitar as infiltrações é necessário colocar caleiras nos beirados e encaminhar as águas para a rede de esgotos pluviais ou para a linha de água (valetas). É muito importante que o terreno apresente uma inclinação no sentido contrário à construção para evitar qualquer proximidade da água. “Se o problema não for muito grave é possível fazer uma simples impermeabilização, o que lhe poderá custar cerca de 300€. Contudo se a pressão de água no exterior for grande, o produto para impermeabilizar deixa de ser eficiente e acaba por formar bolhas à superfície da parede”, revela Manuel Verde.
Quando se constrói uma cave é essencial uma boa drenagem exterior, envolvente às paredes onde encostam terras. Todas as águas do terreno têm que entrar nessa drenagem para não se infiltrarem no edifício. “Se a cave estiver mal feita só existe uma solução: escavar em volta da casa, fazer a drenagem e elaborar um novo isolamento das paredes exteriores o que lhe pode custar cerca de 15000 euros”, constata Manuel Verde.
3. O Ataque do Caruncho
A Burla. Pode ser facilmente enganado ao tentar eliminar o caruncho da sua casa. Um técnico sem formação poderá recomendar-lhe um tratamento inadequado, com um valor elevado e sem qualquer garantia que o caruncho desapareça. O mais importante é averiguar os conhecimentos do técnico de desinfestação, sendo por isso aconselhável obter informações prévias sobre o mesmo.
A Realidade. Os insectos xilófagos, vulgarmente conhecidos por “caruncho”, pertencem à ordem Coleóptera. Dentro desta ordem existem diversos grupos e dentro destes, inúmeras espécies. Em Portugal são três os grupos que encontramos com maior frequência: os Líctidus, os Anóbidos e os Cerambícidos, sendo a degradação causada por este último a mais rápida e grave.
“O barulho emitido pelas larvas quando estão a roer a madeira pode facilitar o reconhecimento do ataque destes insectos e a sua localização no interior da madeira. Os xilófagos sobrevivem e multiplicam-se com muita facilidade, bastando que encontrem os nutrientes de que necessitam e as condições de temperatura e humidade favoráveis ao seu desenvolvimento. É por isso que a maior parte das pessoas só se apercebe da existência desta praga quando visualiza o material resultante da saída dos insectos adultos, o serrim”, revela José Nunes, director de uma empresa de desinfestação e fumigação.
O caruncho provoca uma perda da resistência mecânica dos materiais lenhosos e nos elementos decorativos pode levar à degradação parcial ou à perda total da peça. Caso se trate de elementos estruturais, frequentemente localizados em zonas de difícil acesso, a actividade prolongada destes insectos pode provocar o colapso da estrutura. Esta situação ocorre com frequência nos elementos de sustentação de coberturas e pavimentos de casas antigas, obrigando, por vezes, à sua total substituição.
“Actualmente, o combate a estas pragas, em peças móveis, é feito por tratamento em câmara de frio ou por anóxia. No primeiro caso coloca-se a peça na câmara por um período de 48 horas. Este tratamento pode custar aproximadamente 150€/m3. No tratamento por anóxia, os móveis são colocados em bolsas plásticas, das quais se retira o oxigénio e se introduz um gás como dióxido de carbono ou nitrogénio, e pode custar entre 500€ a 800€/m3, dependendo de certas condicionantes”, constata José Nunes.
No que respeita ao tratamento de elementos estruturais de grande secção, recorre-se à utilização de válvulas, através das quais se injecta um produto desinfestante sob pressão. Os produtos mais recentes, em forma de gel, são menos nefastos para o utilizador e para o ambiente, apresentando também uma maior capacidade de penetração no material lenhoso, em oposição aos tradicionais produtos líquidos.
A degradação em documentos gráficos pode ser provocada por certas espécies de caruncho, que se alimentam de algumas substâncias existentes nos livros. Por isso esteja atento à presença destes insectos em sua casa, especialmente na Primavera.
O diagnóstico do estado sanitário quanto ao ataque de insecto xilófago de ciclo larvar pode ser realizado com recurso a armadilhas de luz e feromonas, sempre monitorizado por um técnico especializado. Pode recorrer-se ainda a aparelhos de detecção acústica.
4. A Fraude dos Limpa-chaminés
A Burla. Quando mandar limpar a sua chaminé esteja atento à empresa que vai contratar. Isto porque o escovilhão de limpeza deve percorrer toda a estrutura da chaminé, desde a base até ao tampo, no topo do edifício. No entanto muitos limpa- chaminés utilizam canas de dois metros para chaminés de 14. O que acontece é que só limpam a entrada, ficando o resto por limpar.
A Realidade. Na verdade existem problemas graves, que são causados por esta falta de limpeza. O creosoto, por exemplo é uma substância que se fixa às paredes das lareiras, altamente inflamável, podendo provocar incêndios graves, facilmente propagáveis ao resto da casa. Outro problema grave são as intoxicações devido à inalação de fumos, no caso das lareiras ou devido ao monóxido de carbono libertado pelo esquentador/caldeira no caso das chaminés de cozinha.
“Uma chaminé bloqueada provoca um retorno do monóxido de carbono libertado pelos gases do esquentador/caldeira, que normalmente não têm cheiro mas são letais”, revela Pedro Rebelo – técnico de limpeza de chaminés. “Recomendo por isso uma limpeza anual das mesmas para evitar possíveis incêndios, intoxicações e grandes reparações.” O preço deste trabalho para uma chaminé doméstica varia entre 60 a 80 euros e para uma chaminé de caldeira a gasóleo ronda os 120 euros. Actualmente a inspecção das chaminés já é feita com recurso a câmaras de vídeo. São os chamados sistemas cctv. Tente observar o técnico enquanto ele faz a inspecção, visualize o respectivo vídeo e peça uma explicação técnica do mesmo. “Evite as empresas que na sua publicidade, não indicam um número de telefone fixo ou o nome da firma porque são empresas de ocasião, que não assumem responsabilidades e que por vezes empregam pessoas sem o menor conhecimento sobre chaminés”, constata Pedro Rebelo.
5. Desastre do Bolor
A Burla. O mercado está inflaccionado de empresas que pretendem resolver problemas, como o bolor; todavia, são poucas as que olham para todas as vertentes da poluição interior, isto é a poluição química, física e a biológica. É nesta última, a poluição biológica, que podem ser identificados e reconhecidos os fungos.
A Realidade. O bolor é o nome dado a fungos filamentosos, também chamados mofos, que em Portugal contaminam cerca de 23 a 35 % das casas. Os fungos são um constituinte do pó da casa, fontes de aeroalérgenos, que podem causar doenças alérgicas como rinite, asma, dermatite, aspergilose broncopulmonar e alveolites extrínsecas.
Os bolores desenvolvem-se preferencialmente em locais húmidos, mal ventilados, quentes e sombrios, sendo regra geral os andares mais baixos dos edifícios e as casas de banho os locais de maior concentração. As patologias associadas aos bolores estão relacionadas com quatro mecanismos: irritativo, imuno-alérgico, infeccioso (micose) e tóxico (micotoxicose). Assim, e por caminhos diferentes, as possibilidades de contrair uma doença são enormes dependendo da capacidade de agressão do bolor e das capacidades de defesa da pessoa exposta.
“O mais importante é tentar evitar os bolores com medidas preventivas adaptadas a cada tipo de fungos. Todavia em caso de doença, deve fazer-se uma avaliação da qualidade do ar em todas as suas vertentes. O custo depende do número de fungos e das avaliações que forem feitas, mas os resultados justificam esse valor, porque identificado o problema e removida a fonte etiológica, o indivíduo fica curado e deixa de tomar medicamentos”, revela Pedro Lopes da Mota, imunoalergologista no Instituto Clínico de Alergologia.
«Deve-se começar por uma inspecção visual detalhada e completa, sem omitir os sistemas de ventilação (filtros), os painéis do tecto, os painéis de gesso (pladur), o cartão, o papel e outras matérias celulósicas. Num segundo momento, é indispensável identificar a origem dos fungos, porque se o problema não for rectificado, os bolores voltam a aparecer. É preciso consertar rapidamente a fuga de água e limpar de imediato a zona danificada. Na verdade, a rapidez de acção (reparação, limpeza, secagem) é primordial para prevenir ou limitar a proliferação dos bolores. Num terceiro momento, deve proceder-se à descontaminação dos locais, que varia consoante o nível de contaminação”, constata Pedro Lopes da Mata.
Contratar um Empreiteiro
Seja qual for a reparação que necessita fazer, procure o empreiteiro ideal.
+ Não fale apenas com amigos e vizinhos, mas também com fornecedores de materiais de construção, que estão habituados a separar o trigo do joio.
+ O ideal será contratar um empreiteiro reconhecido pelo Instituto do Mercado de Obras Públicas e Particulares e do Imobiliário (www.imoppi.pt).
+ Proponha-lhe a assinatura de um contrato, elaborado, por exemplo, pela Deco, para garantir uma relação equilibrada entre proprietário e empreiteiro.
+ Peça um orçamento discriminado das obras a executar, para o caso do projecto sofrer alterações que impliquem um eventual aumento de custos.
+ Visite um dos actuais projectos do empreiteiro para examinar a qualidade do seu trabalho.
+ O empreiteiro responsável pela obra não deve, por sua iniciativa e sem o seu consentimento, fazer alterações no projecto. Se o fizer pode exigir-lhe a remoção das alterações ou uma indemnização pelos danos sofridos.
+ Nunca pague antecipadamente o valor total da obra. As prestações devem ser efectuadas à medida que os trabalhos forem sendo realizados.
Os sites da Quercus (www.quercus.pt) e da Associação para a Defesa do Consumidor (www.deco.proteste.pt) têm algumas informações úteis. Se pretender algum esclarecimento pode também contactar a Deco através do telefone:21 841 08 58.